Coincidência ou sincronicidade? O limite entre a superstição e a ciência, considerando a psicologia uma ciência, o que é meio duvidoso.
Sábado de chuva e sol. Odeio que o clima fique bipolar. Chega eu.
Mesmo assim vou fazer as unhas - não porque tenha vontade, mas faz parte do meu instrumental de sobrevivência. "Escolhe o esmalte meticulosamente por ver na cor razões que irão se explicar". Jaboticaba ou framboesa - de qualquer jeito será um vermelho. Preciso de unhas vermelhas.
Atravesso a rua. Desço a passos largos, em cima da hora. Ai preguiça! Noite não-dormida, vontade zero. O dia promete - pelo menos é sábado. Se nada der errado, trabalho pouco.
Não olho para o chão. Mas por quê? Sempre olho onde piso, o que está acontecendo? Paraliso-me a um centímetro da andorinha sangrando morta no chão. Quase pisei. Fecho os olhos. O sangue ainda escorre. Quem fez isso? Quem faz uma coisa dessas?
Sigo em frente, atrasada. Não posso parar de me perguntar por que trombei com a tal andorinha? Atravessasse no semáforo, como faço sempre, já não teria nem sabido da andorinha. Tivesse saído mais tarde, como sempre faço, talvez já tivessem recolhido.
O dia prometia, e se cumpriu. A capacidade do ser humano para o mal é infinita.
Um comentário:
Tá tirando o pé da cozinha e botando na literatura, é?
Postar um comentário