domingo, 15 de julho de 2007

Adoro Porto Alegre

Gente, eu adoro Porto Alegre. Mas a-d-o-r-o mesmo! Como disse a Lisi, "Porto Alegre para vc é como ir morar na chácara". Genial! É exatamente isso, com um "melhor" - na chácara mais ficaria sozinha e em Porto Alegre tem gente super divertida e são todos "uns queridos", já em gauchês.
Aliás, adoro gauchês. Existe algo melhor do que definir uma pessoa como "meio fora da casinha"? Claro que não. Existe coisa mais gostosa de se dizer o exclamativo mais perfeito que já foi criado - o "bah!"? Adoro "bah"! E, se no começo estranhava muito esse uso do tu no lugar de vc com o verbo na terceira pessoa, agora, pelo menos, me passou aquela vontade instintiva, de jornalistas, de corrigir. Assim, Porto Alegre seria (ou é) a minha segunda cidade da categoria "a cidade que eu queria viver" - a primeira segue sendo Paris.
Mas tem uma coisa de Porto Alegre que é inacreditável: os táxis. Meudeus, o que é isso???
Caso 1:
O sr. pode parar na esquina à esquerda?
A sra quer que eu pare na esquina à esquerda??????
Sim.
Não vou parar aí, vou parar à direita (adendo: trata-se de uma avenida de quatro pistas no final de uma descida. Hello! Por acaso tomaria um táxi para morrer atropelada?)
O sr. pode parar naquela entradinha do parque...
Ah, mais aí vou ficar "trancado" no trânsito (e bufa, aliás bufa o tempo todo)
O sr. faça o favor de parar na entrada do parque (já atingi aquele tom de voz que quem me conhece sabe que é o aviso "a coisa está ficando feia, pode parar").
Parou, mas bufou.
Caso 2:
- Boa noite! Washington Luiz, 820, por favor.
- Ah, mas está tudo trancado!!!!!
(Faz-se silêncio. Não vou comentar, certo? Afinal, vou para Washington Luiz 820 e ponto, lembrando que o serviço não é gratuito)
- Qual o caminho?!?
- Não sou daqui
(Bufa - aliás, gaúchos adoram bufar - às vezes é até engraçado, mas em taxista pega mal)
(ah, já ia me esquecendo.. estamos num Uno 1900 e alguma coisa, caindo aos pedaços, daqueles que quando você vai sentar quase cai de tão afundado que ta o banco, uma sola de sapato)
Está tudo meio "trancado", afinal sou paulistana, e pra mim POA nunca está "trancado". Mas, ok.
Um "corredor" atravessa na frente do carro e diz alguma coisa para o motorista.
Viramos à direita, ele pára em plena curva, sai do carro, vai para o lado direito, olha a lanterna, acomoda com a mão, dá uns dois chutes para fixá-la, suponho eu. Dá meia volta e entra no carro.
- Era a lanterna.
Notei
Caso 3:
Vou na Protásio,XYZ, em frente a blábláblá.
Chegamos lá e estamos na mão errada.
- Esse número é do outro lado da avenida.
Bem se aquela outra avenida já me parece absurdo que alguém ache que eu poderia travessá-la, a Protásio, nesse ponto, é do nível do impensável.
- Vou deixá-la desse lado, me diz o bruto. A sra. atravessa.
- Desculpe, mas não mesmo, sem condição.(obs.: está chovendo!)
- Mas a sra. vai querer que eu dê a volta?
- Sim, com certeza (outra vez tenho que usar aquele tom)
Faz a volta,mas bufa.
Teria mais vários nessa minha curta estadia de 15 dias, que me permitiu experimentar cerca de 40 táxis.
Mas vou contar o último que é o mais absurdo. Estamos em três (seres do sexo feminino)
Passamos o endereço (bufa) .
- Mas está tudo trancado!!!
Mantemos o silêncio.
Ele grunhi alguma coisa sobre o roteiro, ignoramos, e seguimos.
Seguimos não é a palvra exata - o idiota acha que tem um carro de corrida, ou melhor, um blindado turbinado. O conceito de "preferencial" lhe escapou totalmente.
Acho que quase "morremos" umas três vezes - sem contar os sustos, que foram muito mais - num trajeto de uns 10 km, se muito. Não bastasse isso, esse não só bufava com relinchava. Dez minutos de completo mal-estar e medo.
Quando desci do carro fiz questão de fechar a porta. Bati com toda a minha força.
Qual o problema?!? Tá de mau-humor!?! Não ta a fim de dirigir? Fica em casa, vai ser outra coisa, faz terapia, sei lá, mas não seja taxista, porra!
Mas teve uns quatro - sei que é um percentual baixo - uns super gaúchos daqueles quase ou literalmente vestido à caráter, que foram muito geniais, simpáticos, educados e divertidos.
Adoro Porto Alegre!

2 comentários:

Anônimo disse...

meu deus, eu nunca tinha parado pra pensar nisso: os taxistas aqui são realmente fora da casinha, hehehe

clarissa

Anônimo disse...

Adorei este olhar sobre Poa.