sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Semana estranha

O melhor da semana: a Bárbara está no Brasil.
Pior da semana: a semana inteira tirando que a Bárbara esteve aqui.
Sou pessoa de poucos amigos - não sou fácil e sei que amizade, se a gente tiver sorte, numa vida inteira, conta-se nos dedos de uma mão. E, tive sorte.
No trabalho sou sempre considerada muito difícil - de fato, ao contrário do usual, vou ao trabalho trabalhar. Gosto muito de trabalhar, muito e até demais. Tem uma frase que sempre falei em todos os lugares que entrei já "chefe", que horroriza bem as pessoas: "não vim aqui para fazer amigos e conquistar pessoas, vim para trabalhar". Falo e pratico para espanto geral.
Então hoje conheço o gerente de outro Portal. Sempre gostei do que li dele. O cara escreve bem, tem humor, é ardido e sutil - meu texto preferido. Gostei da figura assim que vi, mas estava predisposta. "Ah! Vc é a Cuca, queria mesmo te conhecer". Essa frase, que já ouvi várias e inúmeras vezes, me dá aquela coisa - sei que vem da minha fama de difícil, brava, destemperada. Sorrio "provavelmente tudo que disseram é verdade", comento. "Temos inimigos em comum", acrescenta. Dou risada - de fato ele é mesmo divertido como eu imaginava. "Isso já é um bom sinal", digo. "O comentário é (cita os "nossos" inimigos em comum) que pior que vc só eu". Nossa que divertido! "Há pessoas que quando falam mal da gente automaticamente depõem a nosso favor. Essas (os "inimigos" em comum) são o caso". Rimos bastante, comentamos nossas "irritações" e o que consideramos do nível do insuportável no trabalho. Somos farinha do mesmo saco. Gostei mesmo do cara e olha que hoje eu estava num mau humor daqueles.
Trabalhar comigo não é fácil. Conseguir gostar de mim depois de trabalhar comigo é menos ainda. Sei disso desde sempre e, a essa altura, até lido com essa "rejeição" de forma razoável.
E como não vim para "fazer amigos...", a Bárbara é dos encontros iluminados que a vida, vez ou outra, oferece. Encontro de almas - as angustias, a estranheza em relação aos "outros" e a recíproca dos outros em relação a gente, a eterna capacidade (e quase culto) à indignação, o senso de justiça, o gosto pelo fazer nos fazem "farinha do mesmo saco". Além de ser uma das pessoas com quem mais gosto de trabalhar (e isso não é pouco), nada melhor do que um almoço de horas (e põe hora nisso) com uma boa amiga. Já sinto saudades.

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