quarta-feira, 26 de março de 2008

Formigas

Odeio formigas. Simplesmente detesto todas elas e as pequenas mais ainda. Morei num apartamento que certamente fora co-alugado para as malditas formigas. Matá-las virou uma obsessão. Experimentei TODAS as fórmulas divulgadas: sprays - dos específicos para formigas até os mata-tudo; técnicas caseiras - de tapar com uma colinha de farinha e água a entrada dos formigueiros a fazer um rastro de detergente no caminho por elas percorrido. Confesso que, embora inútil, esse último me divertia - ficava observando elas se perderem da "tropa" e irem "desmaiando" rapidinho. De fato, odeio formigas. Não consigo imaginar nada tão perverso que pudesse me dar tanto gosto como vê-las morrer.
Nada disso funciona. Para os interessados, há um produto muito do mixureba (Formicel), que consiste numa seringa com uma coisa bem melada que a gente coloca em qualquer ponto do caminho das malditinhas e elas se reúnem em volta, comem, comem, comem, e saem correndo para avisar suas "amiguinhas". É tiro e queda: não resta uma para contar a história. Tormnei-me uma especialista em matança de formigas.
Minha primeira "pesquisa" escolar, daquelas que íamos às enciclopédias, mais precisamente à Delta Júnior e à Barsa, foi Formigas. Adorei!!!! Fiz meu pai trazer para mim dos EUA um "formigário", que consistia em um aquário fininho que a gente colocava terra, formigas, as alimentava, e ficávamos assistindo sua vida dentro do formigueiro. E mais, pesquisar foi uma descoberta tão fantástica para mim como ler e escrever. Coisas mágicas que no primeiro momento que surgiram já senti que aquilo mudaria o meu mundo.
Depois dos 3 anos de luta contra as formigas e, finalmente tê-las derrotado, passei mais 6 meses naquele apartamento e, me mudei. Comigo não vieram, menos mal. Mas, sempre que encontro com formigas, esmago-as. É como um ritual para que elas não voltem mais. Como se houvesse alguma comunicação possível entre as formigas do universo e matando todas as que eu encontrasse, uma ou outra sobrevivente contasse que sou perigosa, que evitem-me ao máximo, que sobreviver a mim é praticamente impossível. A informação correria o mundo das formigas e, pelo menos na minha casa, elas não entrariam mais.
O fato é que hoje cedo tropecei, na escada do estacionamento do escritório (adoro chamar redação de escritório!), com uma fila de microformigas determinadas. Olhei, já percebi à distância, era só dar um bom pisão sem nem ter de desviar e não fiz. Pensei que tinha que abandonar essas manias, "pensamento mágico é infantilidade" e, num ataque de bondade, achei que era melhor não ficar matando só porque sim.
Encontrei uma formiga no açucareiro. Devia ter esmigalhado aquelas de hoje cedo. Amanhã elas não me escapam.

3 comentários:

Larissa disse...

Essa lembrança das pesquisas escolares me trouxe uma nostaligia boa. Que delícia era descobrir uma enciclopédia que eu ainda não conhecia na casa de alguém, podia me entreter por horas...

Ayumi1708@gmail.com disse...

HAHAHAHAAA Ai meu Deus, adorei!
Estou em um uma luta contra as formigas no momento e me deparo com um texto desses.
Comprei o formicel, vamos ver se dá certo mesmo aqui. Lí em algum lugar que elas chegam a entrar no HD do PC! Só de pensar me dá arrepios.
Obrigada por compartilhar sua história. =)

Anônimo disse...

Gzuisss!! Encontrei a Luz! Muito obrigada pelo seu post. Estou sofrendo com essas malditas. Comprei um apto antigo e minha cozinha é infestada de formigas. Vivo com uma bisnaga de silicone nas mãos e tapando os "buraquinhos", as frestas, sinceramente não sei de onde surgem. Elas saem por dentro dos azulejos, isso porque, o apto foi reformado!! Será que comem o reboco da parede e os rejuntes? Mil vezes obrigado.