sábado, 8 de março de 2008

Tudo de novo?

Ando pra lá de impaciente. Provavelmente é essa sensação estranha de chegar aos 50 e não ter aprendido a ser "normal".
E o idiota ainda larga uma frase dessas com tom filosófico: "Se me fosse dado o tempo de novo, eu faria tudo do mesmo jeito".
Por favor!!!!! É lóóóóógico que não faria, ou, por acaso, vc é um imbecil? (só pensei a última parte, graçasadeus, não falei)
Eu não faria nada igual outra vez. Nada mesmo. Faria tudo diferente, é lógico. Nada mais medíocre do que o contentamento.
Sequer quereria ser mulher. Gostaria mesmo de experimentar a alma masculina. Sinto uma enorme inveja dela em tudo aquilo que diz respeito à insensibilidade. Queria mesmo só atingir a primeira dimensão da vida, simplesmente não enxergar nada por trás e, com isso, poder, legitimamente, ignorar os sentimentos alheios. Só fico imaginando como aliviaria mais da metade do peso que carrego. Um sonho!
E se fosse mulher também faria tudo diferente. Não seria ruiva porque embora todos digam que é o máximo, o fato é que ser "diferente" de tudo não torna nada mais fácil. Você cria expectativas mesmo antes de abrir a boca. Ninguém escapa ao pensamento "nossa, ela é ruiva...".
Isso só pra falar de duas coisinhas. Nem vou entrar nos temas, casamento, profissão, filhos, família, namoros, amizades, inimizades, psique etc.
Uma coisa é aceitar com gosto, ter um certo orgulho do que passou, poder sorrir uma ou outra vez ao lembrar, conseguir um repertório razoável de "boas" memórias que, de alguma forma, seja capaz de apaziguar as tristezas, as vergonhas, os desgostos. Outra, bem diferente, é o orgulho cego, o egocentrismo tosco, e todas as consequências que isso desencadeia de querer se repetir.
No mínimo, patético.
E assim se perde mais um "(im)possível amigo".

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